Pam Miranda
Head de Cultura e Pessoas
Dia 29 de janeiro é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans no Brasil. A data foi criada com intuito de promover reflexões sobre a cidadania das pessoas travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e não-binárias, ou seja, que não se reconhecem nem como homens, nem como mulheres.
É disso que vamos falar nesse artigo, então, se prepare para uma jornada de conhecimento e desconstrução. Você tá pronto? Só vem!
É comum que as pessoas confundam os temas Identidade de Gênero e Orientação Sexual, mas vamos por partes:
Esse é um tema central na construção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. A diversidade no contexto do trabalho é algo necessário e benéfico.
No Brasil, a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho ainda está caminhando, há muito o que fazer, mas a boa notícia é que diversas empresas já perceberam a importância de fomentar ações afirmativas para criação de espaços mais plurais e inclusivos.
Nesse exato momento, existem várias iniciativas em andamento. Uma delas é a TransEmpregos, um dos projetos mais antigos de empregabilidade para pessoas transgêneras no país. Atualmente, a organização possui o maior banco de dados e currículos deste segmento no Brasil.
A criação de ações em prol da inclusão é fundamental, pois você já deve ter percebido que vivemos num país com dimensões continentais, onde as oportunidades nem sempre alcançam a todos.
Mas é claro que as empresas podem ajudar a mudar esse cenário e dar o famoso “close certo”. Conheça alguns exemplos de boas práticas que podem ser adotadas.
Essa jornada é longa, mas extremamente importante! Então, embora nem todos estejam na mesma etapa, é fundamental que todos contribuam para a construção de um ambiente de trabalho mais leve e inclusivo, ok?
No mês da Visibilidade Trans, o Chris, escolheu partilhar conosco sua história, os principais desafios e como foi o seu processo de inserção no mercado de trabalho, em especial, aqui na levva.
Christopher de Oliveira Alexandre, ou Chris, como chamamos no cotidiano, tem 25 anos com formação técnica em Desenvolvimento de Sistemas pelo Colégio Técnico de Campinas (Unicamp), mora em Campinas com a sua família e faz parte do programa de formação NEWBIE.
O Chris ingressou na empresa por meio do NEWBIE, um programa de formação de desenvolvedores, focado em pessoas iniciantes na área e que querem turbinar seu conhecimento ou pessoas em transição de carreira esperando a primeira oportunidade de trabalho em TI.
Quando recebeu o feedback do processo seletivo do programa de formação ficou extremamente feliz e explicou como foi esse momento.
“Entrar na levva me abriu os olhos para o mundo, foi a primeira empresa em que me senti acolhido. É uma área que eu gosto de atuar, para mim essa é a melhor coisa que eu poderia estar fazendo”.
Infelizmente, para as pessoas trans, o espaço de trabalho nem sempre é um ambiente acolhedor e respeitoso. É fundamental lembrar que respeito, visibilidade, inclusão, dignidade, autonomia e igualdade começa pelo nome que uma pessoa é chamada e seu respectivo pronome.
“Eu fiquei surpreso quando eles me ligaram, porque desde o início foi tudo muito incrível, o cuidado desde a criação do e-mail com meu nome social e também com o uso dos pronomes”.
Como a maior parte das pessoas trans, o Chris teve que passar por um processo de descoberta, de percepção da própria identidade. Ele contou um pouco de como isso começou.
“Desde muito novo, eu sempre tive um desconforto com a minha identidade feminina, nunca me senti à vontade com vestido, no fundo eu sempre soube quem eu era e sou”.
Ainda sobre essa época, ele explica quando esse processo se potencializou na sua vida e quando aconteceu definitivamente uma virada de chave em busca da sua identidade de gênero.
“Logo que cheguei na puberdade, comecei a perceber que eu não era igual as outras meninas, eu sempre tive a vontade de esconder os seios. Mesmo antes de conhecer pessoas trans, eu já sentia que queria fazer algumas modificações no meu corpo”.
Como você notou, os desafios do Chris começaram bem cedo, mesmo na infância ele já sentia um incômodo em atividades escolares tradicionais como a clássica Festa Junina. Na fase em que concluiu o ensino médio, deu um passo importante, rumo a sua transição.
“Quando eu terminei o ensino médio, senti que precisava ir ao psicólogo, porque eu sentia que havia algo de diferente comigo. Eu passei por tratamento médico por quase 3 anos até começar o processo de hormonização”.
Conversar sobre Visibilidade Trans implica em ouvir as histórias de quem conhece essas vivências como ninguém, por isso, partilhamos neste conteúdo um pouco da vida do Chris e dos seus principais desafios.
Respeite a identidade de gênero – Respeite o nome social, é assim que a pessoa deseja ser chamada e isso não é algo para ser discutido, apenas respeitado. Não crie situações desagradáveis e desrespeitosas. Afinal, você não chama a Anitta de Larissa ou refere-se a Fernanda Montenegro como Arlete, né?
Use o pronome corretamente – Nunca utilize o pronome de maneira equivocada, se é uma mulher trans, seguramente deverá usar os pronomes “ela/dela”, caso seja um homem trans, use “ele/dele”. Está em dúvida sobre qual pronome utilizar? Pergunte!
Desenvolva a escuta ativa – É importante que as pessoas trans sintam-se confortáveis nos espaços sociais, ou seja, é importante ouvir as demandas e as necessidades dessa comunidade, portanto, esteja aberto a construção e desconstrução.
Trabalhar aqui é diferente, só quem tá dentro sabe. E quem tá fora, é louco pra saber. Para construir um grande negócio é preciso de grandes pessoas. Quer fazer parte de um time incrível?
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