Pam Miranda
Head de Cultura e Pessoas
Nos últimos anos, as empresas perceberam a necessidade de investir cada vez mais em diversidade e inclusão, afinal, um ambiente mais plural para todos é fundamental para construção de uma sociedade mais justa. Hoje, vamos falar sobre o que é autismo e como é o mercado de trabalho para pessoas autistas.
Ao considerar esse cenário, você já deve ter se perguntado como funciona o mercado de trabalho para os autistas e a importância de promover a inclusão dessas pessoas de maneira assertiva e respeitosa.
Neste artigo, vamos explicar mais sobre o que é autismo, suas principais variações e os sinais mais comuns. Vale a pena conferir!
Cientificamente, o autismo é conhecido como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). É um transtorno no desenvolvimento neurológico da criança que pode causar alterações na comunicação, dificuldade ou ausência de interação social e mudanças no comportamento.
De maneira geral, o autismo tende a ser identificado entre os 12 e 24 meses de vida do bebê. Pessoas com autismo podem apresentar características específicas:
É válido ressaltar que cada pessoa tem suas particularidades, ou seja, não existe uma regra absoluta para todos.
Além disso, o autismo não é considerado uma doença, mas sim um modo diferente de se expressar e reagir. E, por não ser uma doença, não existe cura e não há agravamento com o avanço da idade. Entretanto, como qualquer diagnóstico, quanto mais cedo for realizado e iniciado o tratamento, melhores serão as possibilidades de qualidade de vida e a autonomia dessa pessoa.
Para entender os níveis do autismo e suas peculiaridades, existe uma classificação do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), que estabelece os níveis de intensidade no autismo.
O diagnóstico de TEA é categorizado pelos níveis de necessidade de suporte, pois pode haver dificuldades na comunicação, habilidades sociais e comportamentos restritos ou repetitivos.
Essa classificação é fundamental para identificar o nível gravidade. Existem três níveis de suporte de autismo: nível 1, 2 e 3, que mostram como o autismo pode afetar as habilidades sociais e o comportamento das pessoas.
Nível 1 de suporte: Autismo leveAs pessoas que se enquadram no nível 1 de TEA, (desde o início de 2022 a Síndrome de Asperger se enquadra), podem ter dificuldades em situações sociais, comportamentos restritivos e repetitivos, mas requerem apenas um suporte mínimo para ajudá-las em suas atividades do dia a dia.
Nível 2 suporte: Autismo moderadoAs pessoas com nível 2 de suporte precisam de mais suporte do que as de nível 1. Essa é uma faixa intermediária do TEA, no que se refere à maior intensidade das caraterísticas e à necessidade de suporte, pois podem apresentar comportamentos restritivos e repetitivos.
Nível 3 de suporte: Autismo severoAs pessoas com autismo nível 3 precisam de maior suporte, já que é a forma mais intensa de TEA. Pessoas com nível 3 apresentam dificuldade significativa na comunicação e nas habilidades sociais, assim como têm comportamentos restritivos e repetitivos que atrapalham seu funcionamento independente nas atividades cotidianas.
Ingressar no mercado de trabalho é fundamental para que qualquer pessoa consiga ser independente, não apenas financeiramente, mas para que também alcance autonomia e liberdade para realizar seus sonhos e conquistar seus objetivos pessoais.
Com as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é diferente. Entretanto, o que muda são os desafios do mercado de trabalho. Mesmo que as pessoas com TEA desenvolvam as suas potencialidades desde cedo, ainda há muita falta de informação e preconceito, que podem barrar as oportunidades de um autista conseguir um emprego e se manter no mercado de trabalho.
Conversei com a Gabi sobre o tema, nossa Designer UX/UI, que foi diagnosticada com TEA. Confira seu depoimento:
“Antes do diagnóstico, sempre foi muito complicado entender a dinâmica do mercado de trabalho. Mesmo que eu tenha trabalhado em áreas tão diversas, sempre foi difícil distinguir o que é um comportamento real ou quando alguém está “fingindo”, o que me fazia acreditar em muitas coisas que não eram exatamente reais, gerando muita confusão mental. Por isso, acabei optando por trabalhar como freelancer. O contato era controlado, não enrolavam com “politicagens” para não perder tempo” Gabriela Bechara Zillig (Designer UX/UI)
“Antes do diagnóstico, sempre foi muito complicado entender a dinâmica do mercado de trabalho. Mesmo que eu tenha trabalhado em áreas tão diversas, sempre foi difícil distinguir o que é um comportamento real ou quando alguém está “fingindo”, o que me fazia acreditar em muitas coisas que não eram exatamente reais, gerando muita confusão mental. Por isso, acabei optando por trabalhar como freelancer. O contato era controlado, não enrolavam com “politicagens” para não perder tempo”
Para conseguir um emprego, um adulto com autismo provavelmente passará por mais obstáculos, testes Para conseguir um emprego, um adulto com autismo provavelmente passará por mais obstáculos, testes e avaliações adicionais. Além disso, os sinais de autismo podem se tornar um empecilho em muitas situações relacionadas ao trabalho. Por isso, é fundamental que as empresas estejam preparadas para receber essas pessoas e proporcionar um ambiente acolhedor e respeitoso.
“Trabalho remoto na levva, então isso ajuda bastante com o desgaste sensorial (fui entender apenas ano passado isso). Meus colegas são maravilhosos, depois que me senti confortável em expor que sou autista recebi um mega incentivo! Super interessados sobre a temática até. Até então, digo que por a levva não ter o perfil de empresa antiga, todos são bem dinâmicos e são diretos no que pensam e querem sem perder o respeito pelo próximo. E não esqueçam do hiperfoco do autista, isso é extremamente benéfico para a empresa (risos).” Gabriela Bechara Zillig (Designer UX/UI)
“Trabalho remoto na levva, então isso ajuda bastante com o desgaste sensorial (fui entender apenas ano passado isso). Meus colegas são maravilhosos, depois que me senti confortável em expor que sou autista recebi um mega incentivo! Super interessados sobre a temática até. Até então, digo que por a levva não ter o perfil de empresa antiga, todos são bem dinâmicos e são diretos no que pensam e querem sem perder o respeito pelo próximo. E não esqueçam do hiperfoco do autista, isso é extremamente benéfico para a empresa (risos).”
Independente da empresa que você esteja pensando em ingressar, não tenha medo ou vergonha de expor sua condição como autista.
Respeito é um princípio fundamental e ter transparência em todas as etapas de contratação é essencial para evitar situações desagradáveis no futuro.
Trabalhar aqui é diferente, só quem tá dentro sabe. E quem tá fora, é louco pra saber. Para construir um grande negócio é preciso de grandes pessoas. Quer fazer parte de um time incrível?
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